Havia um costume de se falar que a vida começava aos 40. Com a MRV chegando aos 40 anos, pode começar uma nova fase?
A gente começa uma nova fase todos os dias. Quem não faz isso em uma empresa fica pelo caminho, morre. O meu sonho de consumo é perenizar a MRV. Trabalhar com a casa própria vai permitir isso, porque há muito a ser feito não só no Brasil, mas no mundo. Neste momento em que a empresa chega aos 40 anos, estamos muito motivados, com a mentalidade de quem está em uma empresa nova, com as pessoas cheias de entusiasmo. O passado que construímos até agora foi bacana, mas temos de pensar pra frente.
Qual foi o momento mais difícil em quatro décadas de história?
Tomamos um chacoalhão em 1982, quando o país vivia uma baita crise. A empresa era bem menor e no Brasil não havia crédito. Eu e meus sócios tivemos de vender o carro e o telefone para fazer um pouco de dinheiro e colocar na empresa para que ela sobrevivesse ao momento tão difícil. Foi o jeito que encontramos para não sucumbir. Naquela época, eu fazia de tudo. Era engenheiro, era comprador, era cotador. Acabou sendo um bom aprendizado e tivemos coragem para continuar. Quando o mercado começou a se recuperar, estávamos praticamente sozinhos, muito à frente dos competidores. Conseguimos nos consolidar e logo nos tornamos a maior empresa de construção de Belo Horizonte.
E o momento mais marcante?
Foi em 2007, quando fizemos o IPO. Naquele momento, sentimos o reconhecimento do nosso trabalho. A empresa tinha 28 anos e aconteceu ali o maior IPO da indústria da construção. Foi um reconhecimento do que construímos nesse tempo todo. Hoje, temos quase 30 mil investidores no mundo todo.
"O melhor momento para capturar oportunidades é quando a economia está fragilizada. Na hora em que o ciclo positivo voltar, estaremos surfando no crescimento”
O que um empreendedor tem de fazer hoje para não sucumbir?
O Brasil venceu, em 1994, a guerra contra a inflação, mas não venceu a dos juros altos. Até hoje, esse é um dos desafios que o país enfrenta. Mas, neste ano, pela primeira vez vemos uma luz no fim do túnel quando falamos de juros. No Brasil, o empreendedor precisa ter muito cuidado com a eficiência financeira para não cair na ciranda dos juros. Todas as empresas que estão caindo não tiveram planejamento adequado e acabaram comprometendo seu caixa. Para mim, a grande notícia são os juros mais baixos. Ainda assim, acredito que alguns vão conseguir seguir adiante, outros não.
Como você vê o futuro da construção civil?
Ha 40 anos, dei sorte na minha escola, porque é muito difícil prever o que vai ocorrer no longo prazo. Muitas empresas, naquela época em que comecei a MRV, não conseguiram prever quais seriam as mudanças que veríamos. Foi assim que uma série de empresas dedicadas a determinados produtos, como o carburador, o CD, o fax e tantos outros itens do dia a dia deixaram de existir. Vejo que essas mudanças são cada vez mais acentuadas, o que torna cada vez mais difícil prever o futuro. Tudo cresce rápido, mas pode acabar rápido também. No caso da MRV, não vejo que a casa própria deixe de ser necessária. Pode até mudar o tipo, a sua concepção, mas sempre estará na vida das pessoas. É como estamos vendo com os carros e os aplicativos, que mudaram a forma como o transporte vinha sendo feito. Mas os carros continuam sendo necessários.
"Sou um otimista nato, o futuro sempre será melhor do que o passado... Por isso, em vez de reclamar acredito em lutar, em fazer”
Qual seria o negócio que você começaria hoje?
O mundo vai se tornar um grande serviço, não tenho dúvida disso. Agora, por exemplo, estou entrando na área de comunicação, que também é serviço, é muito atual e bacana de fazer parte. Mas se tivesse de pensar no futuro, não pensaria em criar mais empresas, mas sim que as existentes hoje em dia estejam ativas e sejam perenes.
Se você tivesse direito a realizar um desejo no aniversário de 40 anos da MRV, qual seria o seu pedido?
O mundo está passando por um momento muito complexo, com uma população cada vez mais com dificuldade. Para mim, as empresas têm de fazer a sua parte. Por isso, acredito na necessidade de ser desenvolvido um novo mecanismo social, com o capitalismo na base de tudo, mas com o objetivo de gerar um benefício maior para a sociedade. Essa vai ser a essência do capitalismo a partir de agora. Não acredito que haja outra opção para os empresários. É o único caminho que temos hoje. É um desafio para o mundo, não só para o Brasil.
Fonte: Estado de Minas
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